O ecossistema dos hackers é bastante extenso. Empresas de segurança identificam, pelo menos, dez tipos deles. Desde os crackers, que agem para quebrar códigos de seguranças, até cyber mercenários, que lucram com tráfico/mercado negro online. Mas vale ressaltar que nem todos os hackers são vilões. Apesar das ações pouco ortodoxas e até questionáveis, alguns deles trabalham no combate a hackers nocivos, em uma verdadeira guerra cibernética. Os chamados white hats, por exemplo, rastreiam e monitoram ataques nocivos e trabalham para derrubar sites nocivos, expor pedófilos ou impedir roubos de dados. Muitas empresas e governos inclusive contratam hackers do bem para aprimoramento de seus sistemas de segurança digital.
Nos últimos anos, o avanço das moedas digitais, como as Bitcoins, fez aumentar os ataques e golpes a pequenas empresas, ataques estes cada vez mais sofisticados. A Verizon Enterprise Solutions alertou que, em 2017, o número de pequenas empresas que sofreram com os hackers aumentou 58% em relação aos anos anteriores, e 60% delas fecharam as portas seis meses após os ataques.
Links maliciosos são a forma mais comum de ação. Por exemplo, geralmente, o que parece ser um simples e-mail do banco no qual o pequeno negócio tem conta na verdade é um clone do e-mail real e contém links que roubam dados, implantam vírus que transforma o computador em zumbi (termo usado quando o hacker controla a máquina da forma que ele quiser) ou direciona o internauta a uma página falsa, idêntica à página real do remetente, porém com mais armadilhas.
Sem perceberem, diretores, demais funcionários ou os perfis oficiais da própria empresa imputam no Facebook, Instagram e outras redes sociais informações que os hackers transformam em iscas para seus ataques. “Mas, então é ruim minha empresa ter um perfil no Instagram?” Não, claro que não. Porém, é necessário um cuidado redobrado com as redes sociais, principalmente quando se fala do âmbito corporativo.
Alguns hackers agem sem precisar da “colaboração” da pequena empresa. Uma simples brecha na segurança digital é o suficiente para o chamado de sequestro de dados. O hacker criptografa os dados da empresa (ou seja, coloca uma barreira de códigos complicados sobre eles) ou sobrecarrega seu website, literalmente derrubando-o, e só devolve ou normaliza a situação após receber pagamento, que, claro, não é nada barato.
Outra prevenção importante é o treinamento dos funcionários. Dedique um tempo para ensiná-los a identificar e-mails maliciosos, pois uma simples letra trocada no remetente ou uma palavra escrita errada já é um alerta. Oriente-os também a tomarem cuidado com o que é postado nas redes sociais, da empresa ou deles mesmo, ou nos sites que eles navegam através dos computadores do trabalho.
E o mais importante: não deixe para investir em segurança online somente após o primeiro ataque, como muitas empresas fazem. Aqui, também se aplica aquele bom e velho ditado: prevenir é o melhor remédio. O investimento se faz necessário, pois empresas podem realmente ir à falência por causa dos hackers. Eles estão sempre prontos para agir e as investidas são, na maioria das vezes, repentinas.